Risco é incerteza (ver este artigo introdutório sobre gestão do risco).
O desconhecido, por ser desconhecido, parece-nos incerto.
Concluímos daqui, inadvertidamente, que o desconhecido é risco.
Por exemplo, não sabemos qual é a distância exata entre o cocuruto da estátua do Marquês de Pombal em Lisboa e o cocuruto da Torre dos Clérigos, no Porto (sempre quis escrever “cocuruto” num artigo!).
Mas isso não faz com que essa distância seja incerta. É, na verdade, uma quantidade definida e relativamente simples de determinar, assim se estabeleça um critério bem estabelecido e tenhamos uma fita métrica muito comprida.
O mesmo acontece com quase todas as quantidades de trabalho numa obra – por vezes até podem não ser conhecidas, mas não são incertas, logo não são um risco.
E tratar este desconhecimento como se fosse um risco é, muitas vezes, contraproducente. Blindamos contratos e criamos tensões que terão impacto na performance do projeto quando, na verdade, se trata apenas de quantificar algo que, para um projeto estável, é certo e independente das partes envolvidas.
Desconhecer algo não faz com que seja incerto ou que seja um risco. Temos de ter esta ideia bem presente durante o desenvolvimento do projeto, em particular no que ao desenho das estratégias de contratação e gestão do risco diz respeito.
E, claro está, não nos podemos esquecer que é fundamental Saber. Fazer. Acontecer.